PELO DIREITO DE VOAR
Dizem que ela se jogou,
Mentiram, não entendem nada,
O par de asas, a mulher alada,
Projetada em um sublime voo...
A mulher no ressoo,
Do solidário vento,
Eólico comportamento,
Momento de se libertar,
De si, do congestionamento,
Do peso da realidade,
Momento de atravessar o infinito,
Equalizar o grito,
Com a certeza de não mais voltar.
Não, ela não se jogou da janela,
Do sétimo andar,
Ela solitariamente voou...
Ignorou o ponto de interrogação,
Os alheios pensamentos,
Os comentários a seu respeito.
Ela desejou voar,
Tinha esse direito.
O corpo no chão?
O que é um corpo ante,
A sonante,
Tangência do espírito...?