Aleph

Em veredas incertas, o Louco caminha, entre números e símbolos, seu destino se entrelaça. O bastão sob os ombros, fardo imposto, avança, e a sacola, cor da pele, herança que o homem carrega.

O cão, resquício de erros passados, fiel companheiro, apoia-se na parte mais baixa, onde o animal persiste. Gorro amarelo, inteligência terrena, não divina; E a gola azul, guizos tilintando memórias esquecidas.

O braço azul emerge da manga amarela, pensamentos, mas só atos inteligentes brotarão com espiritualidade, o chão acidentado, vida de dificuldades e tufos de ervas. O Louco avança, sem parar, em busca do equilíbrio final.

Nos planos mental, anímico e físico, o Louco dança. Indeterminação, vicissitudes, partida e abandono, mas no enlevo da jornada, ele se torna o Mundo, e a evolução se completa, no eterno ciclo da existência.

Rubens Piedade
Enviado por Rubens Piedade em 26/06/2024
Reeditado em 26/06/2024
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