TENTATIVA ALUCINANTE

Fugir... Apenas fugir...
Desse mundo tão vil!
Sem deixar rastro pra seguir...
Ir pra onde ninguém sabe ninguém viu.
Fugir do nó completamente cego,
Que aperta a garganta,
Do id, do imo, do ego, do superego,
Do (será que adianta)?
Fugir do presente – do passado,
Dessa densa escuridão,
Desse medo calado,
Do sim – do talvez – do não.
Fugir da figura mortal,
Que me espreita a todo instante,
Do bem e do mal,
Do tenebroso inferno de Dante.
Destampar a tampa do cromo,
Fugir nas asas do vento...
Não me pergunte como,
Fugir do questionamento.
Fugir do que não pode ser,
Desse amor que não é meu, mas, me fascina,
Do que poderá acontecer,
Fugir de você – doce menina!
Fugir do olhar divino,
Que me cerca pelos quatros cantos,
Se for preciso – perder o tino,
Mas, fugir das dores e dos prantos.
Da própria sombra – fugir...
Do tudo – do nada também,
Ignorar o porvir,
Para todo sempre – amem!