A CURA.
A CURA
Por bilhões de gerações que passemos
Ainda continuaremos a ser pacientes
Indigentes de um universo que não cremos
Tergiversando para a explosão cambriana
Habitando o planeta com saudáveis doentes
Para assim nos tornarmos uma raça bacteriana.
Nos curamos pelos clinicamente perturbados
Extinguimos raças, nos classificamos por etnias
Sufocamos nosso lar, desprezamos o natural
Quiçá da Terra seremos vermifugados!
Cairá o jardim de arames farpados de ignomínias
E o super-nada tornará ao seu estado mais animal.
Em céus de graça somos drones humanos, sicários da felicidade
Nesse deserto de gelo, o amor foi geneticamente modificado.
Lições mudas são lagrimas mortas abrindo portas para nova sina
Um renascimento para civilizações de aleijados
Para um cego que vê, o decoro é barganhado por propinas
O santo e o profano são gêmeos, cônjuges das iniquidades
Que na sua fala mole, o anencéfalo é ludibriado.
O universo tem muitas casas, a extinção é nossa cura!
Amarga essa infame dor, para o bem do teu próprio veneno
Dê seus últimos passos nesse mundo malcriado
O remédio sem bula e sem mal virá, uma sã loucura
Onde seremos mudas, d’outro espaço extraterreno.
CHICO BEZERRA