A CURA.

A CURA

Por bilhões de gerações que passemos

Ainda continuaremos a ser pacientes

Indigentes de um universo que não cremos

Tergiversando para a explosão cambriana

Habitando o planeta com saudáveis doentes

Para assim nos tornarmos uma raça bacteriana.

Nos curamos pelos clinicamente perturbados

Extinguimos raças, nos classificamos por etnias

Sufocamos nosso lar, desprezamos o natural

Quiçá da Terra seremos vermifugados!

Cairá o jardim de arames farpados de ignomínias

E o super-nada tornará ao seu estado mais animal.

Em céus de graça somos drones humanos, sicários da felicidade

Nesse deserto de gelo, o amor foi geneticamente modificado.

Lições mudas são lagrimas mortas abrindo portas para nova sina

Um renascimento para civilizações de aleijados

Para um cego que vê, o decoro é barganhado por propinas

O santo e o profano são gêmeos, cônjuges das iniquidades

Que na sua fala mole, o anencéfalo é ludibriado.

O universo tem muitas casas, a extinção é nossa cura!

Amarga essa infame dor, para o bem do teu próprio veneno

Dê seus últimos passos nesse mundo malcriado

O remédio sem bula e sem mal virá, uma sã loucura

Onde seremos mudas, d’outro espaço extraterreno.

CHICO BEZERRA

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 26/05/2024
Código do texto: T8072222
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