QUANDO MORRI
Um vestido novo
Azul
Me botaram
Aquela pele amarela
Em quase sorriso me moldaram
Um cheiro forte
Das flores mais vulgares
Me rodeavam
Nem um lírio raro
Nem uma rosa branca
Até aqui me roubaram...
Nas mãos um terço rosado
Gasto
Das contas dos dedos rezados
Das ave-marias no quarto
Falava baixo
Talvez por isso
Ele nunca ouviu!
Na beira há uns poucos
"Coitada, tão moça, ..."
"Dizem que era louca"
Escuto tudo, mas me calo
Agora é a hora
Finalmente
A paz...
Virgilio, vigiai!
Não sei
Se fui boa ou má
Sou animal
E como tal
Senti e fiz, desejei
Hoje já não mais
Morri
Aqui, meu corpo jaz...