Sonhando o impossível
Em um dia fatídico,
De um eu-lírico,
De um ser,
Que nunca vou ser.
Por um dia utópico,
Por um ego filantrópico,
Bêbado em sobriedade,
Tão jovem para velha idade.
O sol negro ardia claro e friamente,
Encoberto por um céu aberto,
Nuvens cinzas secas de tanto chover,
Num dia horrorosamente lindo, vivo de morrer.
Ando parado em pequenos passos largos,
Como puxar o ar sem respirar,
Dizendo veracidades de supostos fatos,
Entrando em uma piscina sem molhar.
Tentei silenciosamente gritar,
Me prendendo para libertar,
Dessa gaiola aberta,
Do nada sobrou somente ela.
Acordei dessa orquestra cacofônica,
Como uma lenta rajada sônica,
Acordei, ainda dormindo,
E desses absurdos sonhos,
Estava sozinho.