O que me disseram não entender

O fuso de meu corpo está trocando

Durmo de dia, acordo de noite

A água está acabando

Jorrando apetite de todos os cantos

O fio de arame

Farpado

Que fabriquei de meus braços

Agora está chorando

Então para me livrar de você

Arranquei meu pulmão

Para evitar respirar o mesmo ar que o seu

O chão agora parecia torto

Minhas mãos não conseguiam caminhar

Com meus olhos vidrados

Não consegui dormir

Ainda comia seus segredos

Mas não superei seu ódio

Limpei meus pés com a mais nutritiva lama

Talvez por muitas opções

Eu fiquei sem escolha

Em todas as suas fotos eu não via seu rosto

Como uma aranha meu ajoelhei

E pro meu mais compreensível anjo orei

E quando dei por mim

Acordei com o pulmão

As mãos e com os olhos

Virados no colchão

Desastuto
Enviado por Desastuto em 16/01/2024
Reeditado em 16/01/2024
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