O que me disseram não entender
O fuso de meu corpo está trocando
Durmo de dia, acordo de noite
A água está acabando
Jorrando apetite de todos os cantos
O fio de arame
Farpado
Que fabriquei de meus braços
Agora está chorando
Então para me livrar de você
Arranquei meu pulmão
Para evitar respirar o mesmo ar que o seu
O chão agora parecia torto
Minhas mãos não conseguiam caminhar
Com meus olhos vidrados
Não consegui dormir
Ainda comia seus segredos
Mas não superei seu ódio
Limpei meus pés com a mais nutritiva lama
Talvez por muitas opções
Eu fiquei sem escolha
Em todas as suas fotos eu não via seu rosto
Como uma aranha meu ajoelhei
E pro meu mais compreensível anjo orei
E quando dei por mim
Acordei com o pulmão
As mãos e com os olhos
Virados no colchão