Satirizando a Dor
Num reino de sonetos e dicções eruditas,
Onde a carne reclama em rimas infinitas,
Dores e amores dançam na mesma pista,
Num dueto literário de vidas tão aflitas.
Na guerra das palavras, a língua é espada,
A dor física se rende a uma métrica bem medida,
Mas na alma, o sofrimento faz piada,
Rindo-se das rimas da vida.
Ganhos e perdas ou recomeços num palco de comédia,
O desamor e o amor numa tragicomédia,
Ciclos que se entrelaçam, mas a ironia,
É que a sabedoria se perde na paródia, na alegria.
Assim, na sátira da existência, o riso ressoa,
Transformando a dor em farsa e a paz em troça,
E no teatro do absurdo, a vida se entrosa,
Num espetáculo surreal, onde a língua é mero capricho e prosa.