SOCORRO!

Ah! as inquietudes do meu corpo!

Como passo da calmaria à tempestade,

bastando para tanto um simples toque

de tuas mãos em meus quadris...

Quando tua boca se aproxima do meu rosto

a buscar o contato quente e molhado

do meu beijo,

Tuas mãos (socorro!), tuas mãos correm

e percorrem lugares adormecidos

e cheios de pudor...

... e cheios de desejo!

Porque me falas de coisas

tão esquecidas?

Porque provocas o adormecido amor?

Com um fervor doce e louco

Tuas mãos (socorro!), tuas mãos

buscam suscitar o desejo

que já está desperto há pouco.

Não mais precisas busca-lo,

aí está, hei-lo, enfim, à toda prova

esperando teus afagos,

teus percursos e tuas mãos!

(Socorro! Ai, as tuas mãos!)

Tuas mãos me deixam à mercê

dos ventos e das luzes.

E vago e me afogo

e me afogas nesse turbilhão.

Socorro! Te peço,

e me sustentas nessa tempestade

e me fazes permanecer nela,

até estar ancorada em teu corpo...

e já nem preciso de socorro,

se me acabo, se de amor me morro!

Rachel dos Santos Dias
Enviado por Rachel dos Santos Dias em 30/12/2007
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