SOCORRO!
Ah! as inquietudes do meu corpo!
Como passo da calmaria à tempestade,
bastando para tanto um simples toque
de tuas mãos em meus quadris...
Quando tua boca se aproxima do meu rosto
a buscar o contato quente e molhado
do meu beijo,
Tuas mãos (socorro!), tuas mãos correm
e percorrem lugares adormecidos
e cheios de pudor...
... e cheios de desejo!
Porque me falas de coisas
tão esquecidas?
Porque provocas o adormecido amor?
Com um fervor doce e louco
Tuas mãos (socorro!), tuas mãos
buscam suscitar o desejo
que já está desperto há pouco.
Não mais precisas busca-lo,
aí está, hei-lo, enfim, à toda prova
esperando teus afagos,
teus percursos e tuas mãos!
(Socorro! Ai, as tuas mãos!)
Tuas mãos me deixam à mercê
dos ventos e das luzes.
E vago e me afogo
e me afogas nesse turbilhão.
Socorro! Te peço,
e me sustentas nessa tempestade
e me fazes permanecer nela,
até estar ancorada em teu corpo...
e já nem preciso de socorro,
se me acabo, se de amor me morro!