TALVEZ
Um dia desses talvez,
Eu perco a lucidez,
Ignoro os porquês,
Da filosófica bolha.
E saio por aí... sem destino,
Passageiro clandestino,
Louco por livre escolha.
Um dia desses, me liberto,
Desse medo tirano, concreto,
Que me segue bem de perto,
Deixa meu ego incerto,
Fragmenta a coragem,
Me entristece, sitia...
Engaveta a minha poesia,
Nega à loucura, passagem.
Um dia desses dou margem,
À transmutação,
Saio da incômoda rotina,
Encanto a alma menina,
Na sidérea dimensão.
...Um dia desses talvez,
Hoje a realidade tem vez,
Inexoravelmente - predomina.
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QUEM SABE?
Um dia destes, quem sabe,
eu mostre a minha verdade,
sem mentiras, sem alardes,
e grite bem alto o que sinto...
Será eu tenho coragem?
Porém, porém eu pressinto,
afinal não sou covarde.