Poeta de rua
Poeta sou,
Poeta pra sempre serei.
Vivo da poesia,
E nunca me cansarei.
E se preciso for,
Com ela morrerei.
Ele se diz um poeta,
Porque, quando as coisas apertam,
Ele vai escrever.
Porque a situação nada pode fazer,
Ele só rascunha versos,
Que o levam para outros universos.
Fujo da situação
Nas inúmeras portas da imaginação.
Sabe, gosto de dizer,
Cada louco
Com suas loucuras.
Cada poeta
Vive suas aventuras,
Diferentes,
Mas envolventes.
Quando parecidas,
Às vezes passam despercebidas
Ou são esquecidas,
Somente vividas,
Ou recitadas,
Anotadas,
E não digitalizadas.
Na flor da pele,
Todas amadas.
Onde pode haver erros de caligrafia,
Pois o que importa é a poesia
Do dia a dia.
Estou feliz por um lado,
E infeliz pelo outro.
Acho que isso é viver,
Sendo um louco.
Alguém que ama rascunhar,
Seja o que for,
Não vai parar.
Poeta de rua,
Que vive
Com a cabeça
No mundo da lua.
Cada espacinho,
Um versinho,
Um poema de um louquinho.
A música, pra mim,
São batidas do meu coração,
Em um ritmo de harmonização
Com minha alma.
Em cada verso de pura calma.
Um bom poeta
Escreve um verso melhor
Depois de uma boa soneca.
Quando for velhinho,
Quero um espacinho
Para guardar minha poesia,
A arte feita com alegria.
Levar sentimentos
De nostalgia.
Ter a alma da infância,
A alma daquela.
Procuro inspiração
Pra escrever linha por linha,
Mas às vezes sinto que está presa,
Como um passarinho
Dentro de uma gaiolinha.
Nunca teve alguém específico
Para esses poemas serem escritos.
Nunca existiu uma garota de Ipanema
Ou alguém especial
Para tal poema.
Os rótulos
Não tocam na minha poesia,
Pois já tenho um dilema:
Poesia é poesia,
De corpo e alma,
Sem heresia.
Tudo é problema.