/ No Fundo do Poço/

/No fundo do poço /

Colapso no calabouço

Eu nem escuto

Mas vejo o que ouço

Sinto que escrevo

Num tempo maremoto

Juntando destroços

Que a avalanche trouxe

E nem era esse meu ócio

Daqui e por ali me reviro

Me revolto e volto

Um tanto cheia de amor

Um tanto cheia de ódio

Meu corpo sussurra

O que em dança transbordo

Quem me dita são códigos

Mutáveis e ainda incompletos

Uma vidinha reta aqui não endereça

Se quiser subir o poço

Voarei pela espiral que revela

E ainda que pudesse agora

Agir nem sempre é a fórmula

Pro que insistir em segurar

Vai pesar vai lesar

Mulher me chamo

Mulher que sangra

Seus passos passados

Amores beijados

E ainda como que não queira

Haverá uma sombra aliada

Mas o que você cativa

Andara ao seu lado

Todos se retiram da sala

Você fica ali morgado

A bagunça feita

E quase nenhum olhar que espreita

Estende a mão

Doce rebeldia, que horas são?

Ninguém vê e querem te foder

A rima que Enlaça

Vagabundos acorda

Mais um dia nessa gaiola que você Construiu

Menos um dia da partida liberdade que todos sentiram

Sentirão sua falta e agora ninguém fala

Mas depois tudo vira salada

Muitos te rejeitam outros te afetam

O que repele pelo seu plano também te segue

Erguendo muralhas

Derrubando estradas

Tudo que formula uma mente ingrata

Sorriso fácil pro Diabo

Um tanto quanto concentrada

Nas preces bem regada

Carregada que sabe descarregar

E so trabalhando com o tambor pra escutar

O canto dos sabias

Hora dia, hora senhora

Hora noite, Hora donzela

Aqueles que ensinam merece uma prece

Eu ate poderia abençoar o outro

Mas me expelindo em alma

Posso ascender o nosso fogo

E algumas fitas não ditas

Que enfeitam meus bolos

Um bocado de boldo

Desse poder cultivei

E assim a natureza me confirma

Que essa passagem estava escrita

Me enrolo, me encoxo e posso me sentir um feto

Na escuridão que atravesso ninguém usaria ser direto

Aqui corajosos se desarmam

E as batalhas se endereça

Seria eu capaz d gritar mais que os sinais

Mas assim quando percebo a escolha

Já não há tempo cabível mais

Credo em cruz Ave todas elas

Maria chinela

Sonhando com pés descalsos e uma casa amarela

Prometi que a prova do amor assim me da

E apenas na escuridão posso minha luz provar

O fogo veio revelar que aquece

E algumas das minhas vontades é de apagar

Lamber e cuspir até a brasa virar

Pois assim saberás: ela saiu de lá!

Um renascer sob cinzas que é tão comum

Nas passagens que um dia imaginei passar

Os tombos e solavancos vieram me avisar

Há uma grandeza por traz deste olhar

Aquele que reside é seu lar

E assim nada é e tudo esta

Livro do alivio é uma cena bizarra

Pessoas boas que podem estar erradas

E o erro um grande acerto por elas premeditadas

Até parece que sei escrever

Ou te confundir que vou pra algum lugar te levar

Mas essa eu fiz pra me perder

E onde quer que esteja

Assim estou encontrar

Inteira.mente que revela

Me permito mais uma vez ser humana e ditar

" o amor jamais se confundira com apenas permissões "

O furacão, a avalanche dos destroços me disseram que não sou tão boa em dominar

E assim o fundo do poço também pode te salvar

Um ninho de aconchego pro que ainda estamos a preparar

Roda o pé

Assim ela se fez

Assim por mim voltarei

Por aqui te encontrei

E nem coragem tive de te dizer

Oi , outra vez!

18.12.23

03h00