Crepúsculo
Nas dobras do crepúsculo da alma, uma pessoa tóxica tece fios sutis de veneno, envolvendo-nos em sua sinfonia maligna. Como uma serpente astuta, ela insinua-se sorrateira, destilando lentamente o néctar da toxicidade em nossos dias.
No início, são apenas gotas imperceptíveis, mas cada uma delas é um sutil eco de escuridão que se infiltra. Suas palavras, como gotas ácidas, corroem a autoconfiança, enquanto seu olhar, carregado de dissimulação, tece teias de dúvida em torno do nosso brilho interior.
À medida que sucumbimos ao feitiço, o veneno sutilmente se entranha em nossa essência. Cada riso que era puro, agora é tingido de cinza. A alegria, outrora radiante, se esvai como uma vela consumida pelo vento cruel da manipulação. Somos reféns de uma metamorfose sombria, nossos contornos desvanecendo-se na sombra da influência tóxica.
A pessoa tóxica, como um alquimista perverso, destila a positividade em negrura, até que não reste mais vestígio de nosso fulgor original. Seu veneno é uma lenta metamorfose, transformando o brilho vibrante em uma penumbra resignada.
Aos poucos, nos tornamos espectros de nós mesmos, aprisionados nas correntes invisíveis do envenenamento emocional. Somos sombras de quem éramos, eclipsados pelo poder sinistro daqueles que extraem a luz que nos anima.
Mas, mesmo na escuridão, há uma chama interior resiliente. Que possamos, ao percebermos o perigo, despertar desse torpor envenenado. Que a autenticidade ressurja das cinzas, restaurando o brilho que uma vez foi ofuscado. Pois, mesmo nas garras da toxicidade, há a promessa de renascimento e a possibilidade de reacender a luz que nos pertence.
Diego Schmidt Concado