Em memória de Vitória Soares
Na insatisfação impotente
De ver ir-se em vão
O sonho cultivado com tão zelo
E como navio sem ancora
A Afogar-se em aguas rasas
Nua, exposta e violentada
Pelo que o próprio sonho se tornou
Querer ter forças
Mas sufocar-se na solidão
O olho que vê o que não se vê
O verme que passeia sob a pele
O resto como única opção
Não poder mais ter nem a lembrança como abrigo
Sentir o nó no pescoço se apertar
E o ar na garganta faltar
És livre agora
Não pertences mais a este mundo
És eterna no coração daqueles que te amaram