QUERO LOUCURA
Por achar que sou um bardo,
Projetado além das rasuras,
Íntimo do sonho, transmutado,
Sem medo, sem censura.
Por abrir a realidade,
Me reinventar, ganhar altura,
Compartilhar a liberdade,
Tornar sidérea a aventura.
Por ter interrogações no olhar,
Um ar de inquieta procura...
Mesmo sabendo que não vou encontrar,
Nada além de rupturas.
Por ser tantos em um somente,
Envolvente semeadura,
Ego conivente,
Com a diversificada mistura.
Por ser humano, sujeito aos danos,
Às madrugadas obscuras,
Aos efeitos do minuano,
Aos abalos da estrutura.
...Quero loucura!
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A saudade é cinza escura,
não sei bem por que razão,
mas tem a cor da amargura,
que corrói meu coração.