Seres diferentes

O que seríamos se não fossemos previsíveis

Espécimes de íntimas semelhanças

Cuja diversidade se dá pela limitação que temos

Pela falta de abrangência que nos leva às surpresas

De um novo desconhecido a cada esquina

O que seria dos poetas se não fossem as rimas

Dos oficiais sem os seus ofícios

Traçando-lhes quais os caminhos da oficina

Delineando com sobras de outros legados

Qual o seu destino de ser programado

Seríamos uma profusão indescritível

De idéias e formas cujo lugar comum seria o inimaginável

Desligados de regras de todas as ordens

Sem concretude na forma

Mas com literalidade esparsa no espaço-tempo

Seríamos o ser, o estar e o momento

Numa fundição dispersa

Da coesa troca de elementos

De harmonia e caos irrepreensíveis

Seríamos a execução do plano original da criação