Lycantropia
Lycantropia
Que cheiro é esse que me entorpece?
És doce e soturno
E no vento noturno
Vem quem me entristece...
-És sangue! Desejo Mio!
Meu corpo estremece...
As presas se estendem
E na metamorfose ferina uivo
Ao sangue lupino nas razões que se perdem.
A lua vai alta e virgem
Pura e selvagem
Como o plasma lânguido
Que da face mostra a real imagem
E nas trevas faço-me senhor
Na mata rainha
Levo após a meia noite o temor
Como a lâmina de prata na bainha!
Nem lobo, nem mulher,
Nem homem, nem besta
Sem lar, nem família
Apenas uma lembrança á matilha.
Um uivo estendido e agressivo.
Um choro de tristeza
Um cantar de saudade!
Um desejo lascivo da realidade.