SÚPERO PRIMATA.
SÚPERO PRIMATA.
Como um aoto eu amanheço na noite, puro
Autóctone do meu lar, me observo com esmero
Vejo mãos manchadas pelo tempo, já sou maduro
Ossos que rangem, barriga que cresce, velho tempero
Virei um número no tempo, maquina obsoleta
Porém não subestime o cérebro desse psicopata
Único órgão indeteriorável, quanto mais velho, súpero.
Desde a origem o primata quer o domínio sobre o primata
A humanidade hostiliza a outra, desde o útero
Mas bípedes saudáveis ainda andando de muletas
Esquecem que todos os dias recebemos mensagens
Quebra-cabeças, do nosso subconsciente, consciente
Podemos prever o futuro, mudar o tempo, selvagens?!
Não somos, falaremos por telepatia, será o fim da era insciente
Um já vívido e hodierno efeito borboleta.
Quiçá ainda não saibamos da nossa real capacidade
Ouço motejos, me chamam de demente, de maluco
Mas não estou pregado na parede pairando como um relógio cuco!
O tempo é-me curioso, sempre expôs nossa fragilidade
E como senhor do universo, joga-nos em suas sarjetas.
Quem sabe pudéssemos dizer mais vezes, eu te amo
Aprendêssemos a não errar os mesmos erros.
Haverá o dia que deixaremos de ser meros perros
Humanos deuses de vida eterna eu conclamo!
Verás o mundo girando como numa roleta.
CHICO BEZERRA.