Eco de saudade

Sou pedra de silêncio sem sentido

um eco de saudade pela rua

a sombra de um passado, ressequido,

ausência, meu Amor, mas sempre tua.

Sou um longo xaile negro d'ilusão

aos ombros de um destino que é o meu

ó Deus o que será de um coração

que tanto se entregou e se perdeu?!

Duas vidas tão unidas, separadas

dois seres que se amaram, sem sentido

duas Almas incompletas, mal-amadas

dois amantes sem destino, proibidos.

Meus olhos já nem choram esta dor

meu canto já vacila nestes versos

já não sei o que fazer a tanto amor

perdido na carência dos desejos.

Talvez um dia oiças, quem me dera,

o Fado que hoje canto à despedida

de ti meu coração já nada espera

amor que tanto amei além da vida.