Dissecação no Estômago Aberto de Kairos

Um deus-úmido-fera, um amante oriundo da terra

Pequena anedotas fazem uma oração relativa e fácil

Contratempo perdure a carne, inunde o espírito

Com as cores de um feitiço tecnicolor

Um deus-amido, capaz de calar a fome

Mas ele não desce de seus espinhos

Celebra a circuncisão da kundaline

Por tal costume, derrete em ossos

Um deus-segredo, afirma o tato

Por cima da imposição do tempo

Tudo que é sinestésico é por tanto ele

Afagos, violências, delírios

Um deus-sol, sonhando o som

A vida é entretenimento

Relativa fauna, edifica o fósforo

O cíclico zigoto arde ao seu oposto

Um deus-decupagem, organizando pares mudos

O espelho volta-se ao céu, o espetáculo ao corpo

É preciso entregar-se a performance do encantamento

E persuadir descaradamente com outonos e noivados

Um deus-mentira, sorri ao imaginar álibis

As fraturas são pavões escorrendo

E répteis de dosagem intensiva

Tardando lágrimas de mosaico

Um deus-múltiplo, aborta beijos

Encanta geografias ao mundano

Enforca turistas e sua compulsão

Desdobra a devoção em três

Um deus-deformado, pode ser tudo

E por ser tudo, ninguém o reconhece

Entretanto todos o conhecem

Em seu dilema natural: A egotrip mala direta