Ilha Abandonada.

Bebendo na taça da feliz criatura,

Do velho vinho desgastado me despeço,

No golar de minha embriaguez sulfúrica

Deitar-me faz de bom grado, no bomboleante quarto de papel amarelo.

Outra vez minha tez descortina na manhã

Segurando a taça, personagem azeitada

De perfume noturno e peças espalhadas

Em alguma gaveta da mente , no quarto.

Engraçado é a altivez do rótulo dourado

Da garrafa quase desprezada , derramada,

Solitária e vazia do líquido pecaminoso,

Contemplando minha existência de ilhas

Abandonadas.

demetrioluzartes
Enviado por demetrioluzartes em 15/09/2023
Reeditado em 15/09/2023
Código do texto: T7886160
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