O Violento Retrair de uma Existência
A teatralidade do reviver de acontecimentos passados
E de suposições sobre o futuro é mais atrativa
Do que o momento presente
É mais reconfortante parar, sentar confortavelmente na cadeira
Ver os atores falarem cada fala escrita por você
Vestirem o arrependimento ou a preocupação
Que você faz tanta questão de estampar nos figurinos
E personificarem a angústia e o desespero que você
Insiste tanto em alimentar e fazer perdurar
O entretenimento é tanto
Afundar na cadeira, tão evidente
Olhos tão fundos, porém tão focados
Você esquece de sair
Tomar um ar fresco, ver pessoas
Estar em contato com a realidade
Enfim… Viver
Silenciosamente, as fibras nervosas
Motoras e sensitivas, se enrolam e se retraem
Voltando para o cérebro, seu órgão mãe
Eles não querem perder um minuto sequer da peça
As sensações deixam de serem enviadas
Por mensagem para quem deveria recebê-las
Tudo relacionado ao movimento é ligado
No automático, pois os trabalhadores estão ocupados
Dentro da cabeça, se distraindo e se entretendo
Com os mais fantasiosos, ilusórios e mentirosos
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