O Violento Retrair de uma Existência

A teatralidade do reviver de acontecimentos passados

E de suposições sobre o futuro é mais atrativa

Do que o momento presente

É mais reconfortante parar, sentar confortavelmente na cadeira

Ver os atores falarem cada fala escrita por você

Vestirem o arrependimento ou a preocupação

Que você faz tanta questão de estampar nos figurinos

E personificarem a angústia e o desespero que você

Insiste tanto em alimentar e fazer perdurar

O entretenimento é tanto

Afundar na cadeira, tão evidente

Olhos tão fundos, porém tão focados

Você esquece de sair

Tomar um ar fresco, ver pessoas

Estar em contato com a realidade

Enfim… Viver

Silenciosamente, as fibras nervosas

Motoras e sensitivas, se enrolam e se retraem

Voltando para o cérebro, seu órgão mãe

Eles não querem perder um minuto sequer da peça

As sensações deixam de serem enviadas

Por mensagem para quem deveria recebê-las

Tudo relacionado ao movimento é ligado

No automático, pois os trabalhadores estão ocupados

Dentro da cabeça, se distraindo e se entretendo

Com os mais fantasiosos, ilusórios e mentirosos

Espetáculos

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 16/08/2023
Código do texto: T7863060
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