Tempo
Tempo.
Eis aí os senhores dos tempos,
Com teus tambores, algozes, ferozes ,
Não tem pena nem da infância.
São alvores, conduz o mundo, no ritmo
Da tua música.
Aí o tempo, misterioso com teu chicote,
Medonho….
Aí daquele que para de dançar…
Este tempo…
Enquanto os tambores tocam,
A humanidade vai dançando,
Em silêncio, cada um no seu ritmo,
Cada um na tua música.
Contemplando o tempo, com o chicote
Nas mãos.
Pobre benevolência, ai de mim!
Quando a música parar, se parar!
Caso não pare, morrerei de exaustão.
Chicoteada por este tempo,
Impiedoso.
Escuta, os tambores, estão tocando,
O relógio da vida vai parar à meia noite,
E se não parar!
A humanidade está exausta de dançar,
Cada qual no seu ritmo, cada qual na tua música.
Uns mais lentos, outros mais ligeiros,
Mas estamos dançando, até a música parar.
Ou até a humanidade, morrer de exaustão.
Rosy Neves