DUQUESA

O sapato, a meia, a porta

– a fechadura estava torta

A mesa, o café e a lama

– onde foi, para a rua, essa dama?

Onde vão as mulheres sem tempero

– mas o fogo, no colchão, já tem seu cheiro!

Onde vive, seu querer, sem a tristeza?

– cai um copo de saudade nessa mesa

Hoje derrama uma lágrima de perversa

– e a viola, já comigo, me conversa

Sou aqui, como um símbolo de liberdade

– e a maldade , pela rua, com saudade

Fez encontro com a estrela mais bonita

– entre as ruas, na esquina, a favorita!

Eu um quadro, ela água,

Eu a chuva, ela apaga

Uma arma,

um destino,

um Deus

Mas são deuses,

todos mortos,

filhos seus!

Vera Mascarenhas
Enviado por Vera Mascarenhas em 31/07/2023
Reeditado em 08/04/2024
Código do texto: T7850530
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