DUQUESA
O sapato, a meia, a porta
– a fechadura estava torta
A mesa, o café e a lama
– onde foi, para a rua, essa dama?
Onde vão as mulheres sem tempero
– mas o fogo, no colchão, já tem seu cheiro!
Onde vive, seu querer, sem a tristeza?
– cai um copo de saudade nessa mesa
Hoje derrama uma lágrima de perversa
– e a viola, já comigo, me conversa
Sou aqui, como um símbolo de liberdade
– e a maldade , pela rua, com saudade
Fez encontro com a estrela mais bonita
– entre as ruas, na esquina, a favorita!
Eu um quadro, ela água,
Eu a chuva, ela apaga
Uma arma,
um destino,
um Deus
Mas são deuses,
todos mortos,
filhos seus!