Tomar as rédeas

Os cavalos se descontrolam

Mais e mais, à medida que

Minha taquicardia aumenta

As mãos tentam agarrar

As rédeas para segurá-los

Porém o formigamento é tanto

Que a força desapareceu delas

Olho-as, a fim de averiguar o motivo

De tanta fraqueza, e vejo branco

O branco de uma carne

Sem uma gota de sangue

Meus dedos murcham, sem beber

Deste vinho dentro de mim

A imagem delas é pouco nítida

Tão consistente quanto estática

Quando estou perto de agarrá-las

Eu as toco, e sinto como se tocasse

Apenas fumaça

A rapidez é tanta

Que nem mesmo a paralisia do medo

Consegue me deixar acompanhar

O revoar das rédeas

Preciso respirar fundo

Parar o tempo

Ao invés de estar parado

E alheio a ele

Preciso tornar as coisas

Ao meu redor palpáveis

Para assim tomar as rédeas

E segurar os cavalos

Autores do descontrole

Da minha ansiedade

Preciso desacelerar o ponteiro

Do relógio, o cair da areia

Prolongar a vida útil

Das células

A Fim de localizar meu lugar

Neste mundo

E assim deixar minhas mãos

Conterem os cavalos

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 02/07/2023
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