Tomar as rédeas
Os cavalos se descontrolam
Mais e mais, à medida que
Minha taquicardia aumenta
As mãos tentam agarrar
As rédeas para segurá-los
Porém o formigamento é tanto
Que a força desapareceu delas
Olho-as, a fim de averiguar o motivo
De tanta fraqueza, e vejo branco
O branco de uma carne
Sem uma gota de sangue
Meus dedos murcham, sem beber
Deste vinho dentro de mim
A imagem delas é pouco nítida
Tão consistente quanto estática
Quando estou perto de agarrá-las
Eu as toco, e sinto como se tocasse
Apenas fumaça
A rapidez é tanta
Que nem mesmo a paralisia do medo
Consegue me deixar acompanhar
O revoar das rédeas
Preciso respirar fundo
Parar o tempo
Ao invés de estar parado
E alheio a ele
Preciso tornar as coisas
Ao meu redor palpáveis
Para assim tomar as rédeas
E segurar os cavalos
Autores do descontrole
Da minha ansiedade
Preciso desacelerar o ponteiro
Do relógio, o cair da areia
Prolongar a vida útil
Das células
A Fim de localizar meu lugar
Neste mundo
E assim deixar minhas mãos
Conterem os cavalos