Microdespertares

Submeto meu corpo ao risco

Arranhado, risco por risco

Sujeito a trisco

Sem chance de salvação

Por chá de hibisco

Exposto ao ácido chuvisco

Não há nenhum dano programado

Que minha divindade particular

Não tenha visto

Essas pequenas aberturas

Permitem que o homem que eu acho que sou

Veja o homem que eu talvez seja

Sou aquele que transforma os gritos de horror

Em algo bonito e merecedor de vista

Arquejos de agonia em arpeggios de alegria

Sou o artista que conjura harmonia a partir

Da disenteria

Da difteria faço risadaria

Essa pele riscada faz

Seu papel de colméia

Ninho e casa

Para o enxame de coisas ruins

Habitante de mim

Cada linha de abertura

Cada mini risquinho

Mini despertar

Adicional desse enxame

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 27/06/2023
Código do texto: T7823458
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