SAI PRA’LÁ

Não me venha com esse gélido sorriso, frente às câmeras.

Não me traga essas meias palavras, pseudo-plácidas

Não venha bancar o passivo-agressivo

Não aguento mais a sua manha de dominação, sua sanha de poder, sua carência.

Sai pra’lá.

Já não aguento mais você. Não te quero comigo.

Sai pra’lá.

Escória sentimental, nuvem de lamentos.

Já não sei se sua putrefata presença é você ou se sou eu.

Será que a podridão que inalo exala da minha pele ou da sua.

Teria seu amargor impregnado as mais densas camadas do meu ser?

Já não sei quanto tempo vivo com isso, anos? Meses?

Assola-me o peito não lembrar.

Sai pra’lá, mesmo que doa;

Sai pra’´lá, mesmo que me rasgue a alma.

Sai pra’lá, sombra.

e, não volta mais.