Diário de um querubim
Nunca tive pinta de otário
Mesmo que a maioria dos estragos
Sejam obra de arte para mim
Olhar visionário
Que vislumbra o horizonte
Do seu próprio fim
Carneiro bravo
Que bate a cabeça nas pedras
Até o chifres caiam
Que as angústias lhe escapem
Pelos veios abertos da Ira
Santinho delicado
De corpo covarde
Olhos amarelos
Sem gosto
Delira
Com as coisas
que lhe atiram
Cria cama para si
Aos diabos os outros
Derramo em seus rostos
Palavras sem brilho
Para que esqueçam a vida
Que perderam das vistas
E caíram do abismo
Sem se despedir, em fim...