DESABAMENTO
As vezes o vazio é pior que o ódio
ou o amor,
É a devastação após uma guerra perdida
É consequência da dor.
Uma dor incessante,
Permanente,
Que corroe por dentro
E deixa um buraco crescente.
Incapaz de ser preexido,
Incapaz de ser sentido,
Ou de ser, ao menos... dito.
É doloroso demais para ser redigido,
Mas seu fedor de medo é sensitivel.
Pois no momento em que esse buraco for descoberto
O terror ficará visível,
Tudo estará aberto.
E aquilo nunca mais poderá ser ignorado,
Você não poderá fingir que nada aconteceu
O vazio talvez seja sufocado,
Mas, as lembranças terão retornado.
E em um silêncio ensurdecedor
Acabarão com o que tenha restado.
E talvez, no fim,
Os entulhos sejam leiloados
Por alguns centavos.
Pensando bem...
Prefiro segurar os escombros de arrependimentos,
A suportar a dor desse desabamento.
É melhor conviver com um silêncio ensurdecedor
Do que com os gritos da minha dor.