DESABAMENTO

As vezes o vazio é pior que o ódio

ou o amor,

É a devastação após uma guerra perdida

É consequência da dor.

Uma dor incessante,

Permanente,

Que corroe por dentro

E deixa um buraco crescente.

Incapaz de ser preexido,

Incapaz de ser sentido,

Ou de ser, ao menos... dito.

É doloroso demais para ser redigido,

Mas seu fedor de medo é sensitivel.

Pois no momento em que esse buraco for descoberto

O terror ficará visível,

Tudo estará aberto.

E aquilo nunca mais poderá ser ignorado,

Você não poderá fingir que nada aconteceu

O vazio talvez seja sufocado,

Mas, as lembranças terão retornado.

E em um silêncio ensurdecedor

Acabarão com o que tenha restado.

E talvez, no fim,

Os entulhos sejam leiloados

Por alguns centavos.

Pensando bem...

Prefiro segurar os escombros de arrependimentos,

A suportar a dor desse desabamento.

É melhor conviver com um silêncio ensurdecedor

Do que com os gritos da minha dor.

Carolini Dias
Enviado por Carolini Dias em 22/02/2023
Reeditado em 03/03/2023
Código do texto: T7725442
Classificação de conteúdo: seguro