Instância
Ser
ou não ser.
Ser
dentro da pele
não ser
debaixo do sol à pino.
Ser:
A lua prateada
catavento.
Não ser:
escrava
(do meu próprio desejo)
Ser:
como uma deusa (peregrina)
Mulher feminina
em todas as estações.
Não ser:
quimera
bandida
meretriz
(de um homem só? Ou não)
Ser ou não ser?
Eis a questão
o paradigma
a atriz dos disfarces
no teatro da liberdade
delírio dionisíaco
nos olhos de um lince.
Ser
ou não ser.
Observar
e nada mais
a carne exposta ao vento
sete chackras.
Mirar
a brisa ínfima
atravessando as cortinas da alma.
Desenhar
na arquitetura do orgasmo
versos
debaixo de chuva
deliciar-se
em mil pétalas de beijos
e deixar
o sangue correr nas veias
renovar a cerne
extraviar o néctar
do sexo.
Acorrentar a tempestade
rasgar vidraças,
o vento
(com os dedos)
e nada mais.
Enquanto dois corpos
se amam
dentro da teia cristalina
um na alma do outro
e eu me indago se devo ser ou não...
os olhos da luxúria
dentro do caos que é o amor
e nada mais.