Instância

Ser

ou não ser.

Ser

dentro da pele

não ser

debaixo do sol à pino.

Ser:

A lua prateada

catavento.

Não ser:

escrava

(do meu próprio desejo)

Ser:

como uma deusa (peregrina)

Mulher feminina

em todas as estações.

Não ser:

quimera

bandida

meretriz

(de um homem só? Ou não)

Ser ou não ser?

Eis a questão

o paradigma

a atriz dos disfarces

no teatro da liberdade

delírio dionisíaco

nos olhos de um lince.

Ser

ou não ser.

Observar

e nada mais

a carne exposta ao vento

sete chackras.

Mirar

a brisa ínfima

atravessando as cortinas da alma.

Desenhar

na arquitetura do orgasmo

versos

debaixo de chuva

deliciar-se

em mil pétalas de beijos

e deixar

o sangue correr nas veias

renovar a cerne

extraviar o néctar

do sexo.

Acorrentar a tempestade

rasgar vidraças,

o vento

(com os dedos)

e nada mais.

Enquanto dois corpos

se amam

dentro da teia cristalina

um na alma do outro

e eu me indago se devo ser ou não...

os olhos da luxúria

dentro do caos que é o amor

e nada mais.

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 10/12/2007
Reeditado em 10/12/2007
Código do texto: T771866
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