O Gargalhar do Silêncio
O cérebro constantemente ocupado com fragmentos de pensamentos,
O sensibilizar das emoções faz-se por um despertar
De desejos que julga malditos.
Tenta buscar serenidade e paz nas forças da natureza,
Ouve a ruído das folhas secas a serem arrastadas pelo vento,
Divaga sobre a insaciabilidade do vento,
Neste momento o vê como a força do predador,
A presa parece ser a noite, a sua vítima a ser devorada.
Existe um incêndio biológico,
O correr do sangue parece produzir calor,
Uma enchente de glóbulos vermelhos
Cria um transpirar incessante, o suor tinge a pele.
Em contraste a excessiva inquietação intima
A sensação da falta de movimento,
Tudo parece surgir a partir
De um cérebro acuado bombardeado por pensamentos,
Criação de ideias, captura de sensações,
Uma tentativa de clareza, mas a distorção,
Confronta no mundo interior,
Violento combate, choques traumáticos.
Um número excessivo de questionamentos
Para umas poucas respostas.
O temor pelo sono, A constante ameaça dos pesadelos,
A tensão redesenhando a face,
A tentativa de buscar meio para livrar-se,
Deixa escapar pela boca um ar morno,
Desagradável calor, os pulmões parecem sitiados,
A respiração esta desequilibrada, um incêndio cruel que
Na sua obstinação parece transformar tudo em cinzas.
Cinzas sem forma que se organizam
Em objetos que se atiram contra o incauto.
Que ao encontrar o medo
O debocha com um sorriso desafiador.
Gilberto Brandão Marcon
10/01/1986
(Fragmento Texto: Voos Noturnos)