DE VEZ EM QUANDO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros.

Às vezes, uma ânsia de te ver,

se apossa, do meu ser... e me provoca;

o teu olhar azul, vem e me toca

sem toques racionais e eu... levito

alcanço a dimensão do infinito,

mas logo, percebo que esse momento

é só mais uma pétala no vento

e tento, mesmo em vão, te esquecer.

Ninguém percebe esse perfeito, enlevo,

eu fecho os olhos, bebo a ansiedade

de te sentir. No êxtase, a saudade

abraça meu silêncio, carinhosa;

e essa lembrança é tão afetuosa,

que não resisto e, ao te desenhar,

me perco no que diz o teu olhar

e, nem mais penso nem repenso, escrevo !

Atrevo-me a sonhar, sou um poeta,

mas sobretudo um ser feliz e... humano

que ainda vê, no amor, bem mais que um plano

de amar tua epiderme tão macia

com a avidez que faz, da fantasia,

bem mais esse voo que me intima

a construir meu sonho em cada rima

na inspiração do amor que te projeta.

Poetas mentem tanto... e o homem ?

Será que é apenas personagem

do tempo, que oferece a maquiagem

a cada vez que o palco sedutor

convida-o vestir-se de ator

e encenar o seu melhor momento.

Por que é que a vida é sempre um sentimento

de algumas seduções que logo... somem ?

As11h e 38 min do dia 24 de novembro de 2022 do Rio de Janeiro. Registrado e Publicado no Recanto das Letras.