FANTASMAS 💠
A cidade paira nos ares
Dois bilhões de habitantes
Dois bilhões de fantasmas
Mais um
Eu
Sozinho procuro os fantasmas
Que já não são mais camaradas
Nem se escondem nos armários
Há pouco um ruído denúncia os espectros e acordo sobressaltado
Há vida nos fantasmas ou é minha mente a ressucitá-los?
E na penumbra vejo a sombra presa
Fora do alcance da luz
Fantasmas a parte
Precisava de um amigo
Real
Desses que se acham fora das festas e folguedos
E que sem querer tomam conta da vida da gente
No meio desses fantasmas
Não tenho resposta (exceto uma...)
E essa cidade flutua
Parada, Inerte
Sem vozes
Só o assombroso ruído fantasmagórico
Servindo pra acordar os vivos e mais nada
E pelos vivos imploro
Mas nem a mim mesmo respondo
Se tento comunicação
Sou apenas um lado da linha
Sem receptor
Mas fantasmas,
Escutai-me o que digo, em meio ao susto!
Essas aparências esbranquiçadas
E esses vultos
Assustando-me a noite
Não são simplesmente fantasmas
São nada mais que eu mesmo e meus dilemas
Me incomodando enquanto espero
Ter a resoluta natureza de um homem
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