NOITE FRIA

 

Crepúsculo quente

Madrugada vazia

No silêncio das paredes frias

Transbordam na calada noite alegorias.

 

Do que era doce

Impelido ao amargo

Sempre parece um fardo

Lembranças de alguém ao lado.

 

Na colcha de retalhos

Dormem com um enorme embaraço.

Tal como foi jamais

Tudo fica por uma única vez

Nada se repete como da primeira se fez.

 

Lua cheia na varanda

Beco que embrenho nas tantas

Luzes artificiais e ademais

Papel e tinta e nada mais.