VERSOS CANIBAIS 37 💠

Adote esses [VERSOS]

Querida menina

"São... tão aritméticos!"

Sim... são tudo, menos poéticos!

Lapida, saqueia, rouba cada frase

Que em minh'alma impregna

Defenestre todo ardor da emoção

Nem sim, nem um [NÀO]

Dois talvez, três já é demais

E não rima com nada

Chegou a hora de dizer a verdade

Mais do que um jogo armado de xadrez

A dama e o bispo tramavam um xeque-mate

Bem debaixo das barbas do rei

Adote esses versos, seu ermitão!

Peregrina, depois hiberna

Pra nunca mais despertar

A vida encerra mais um show sem platéia

"[SÃO]... tão disléxicos, tão mo-der-nos!"

Mas já passaram

Rimaram no amanhã

E já não existem [MAIS]

Porque quando chega amanhã já é hoje

E quando o hoje acaba, evaporou-se

Menos para o órfão

[UM] filho sem pai

Pária, apátrida e exilado

Na nação virgem e indescoberta, na alma do poeta

Lá os versos são canibais e devoram-se uns aos outros

Não sei como escapei para lhes trazer esse [RECADO]

Mas sinto na alma uma aterrorizante e incontrolável fome de palavras

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[DEPOIS LEIA OS COLCHETES]

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