Um louco notório
Um louco desvario,
Preso na imprudência,
No hospício ele beija
Sua sombra de clemência.
É pastor de si mesmo,
E a pregação o corrói
Na camisa de força,
Quebra o bloco que constrói.
Muros e torres do castelo
- O tormento: sem rainha
Ao seu lado, reina o desalento
Dentro da própria monarquia.
Ele é louco, e as pílulas, servas
Do trono ilusório.
As nuvens habitam seu lugar, mas
Asas cortadas no altar
Casam a mentira com a loucura.
Juntas geram um louco notório.