O Poeta
Meus poemas são vômitos no escuro
Calado, mudo, engolindo tudo
Acuado, inofensivo como o verme que tu esmagas
Eu canto a ilusão do filho que não conheceu o pai
A ânsia que não saciastes
Sou a palavra do covarde
O empenho do fracassado
O silêncio do oprimido
A ferida que escondes com aversão a ti mesmo