A Cartografia Definitiva da Redenção

Tragar os espasmos das moscas e seu desprezo

A tez a espreita de solver na areia dos sonhos

E desencadear o tango nos pés movediços

Em uma areia condensada entre vidro e lágrimas

Sustento o nome da própria praga

Carregando luzes de futuros gloriosos

Também redime-se às trevas,

Já que não há um sem o outro

Vil afago, raiva prodígia

A própria traição em riste

Contra a traição das vítimas de rezas

Contornar o pulmão dos famintos por imagens sacras

Tempestade de cadáveres, feitas de formigas

Comem da pele infrutífera dos meus olhos

Testei minha língua contra teus amoladores

Os quebrei no corte da minha profanidade

A espessura do fracasso se acumula

Em meus lábios como o resto de amores mal surgidos

O labirinto pesa em meus ouvidos, um segredo de vozes conflitantes

Se desenha em minha orelha ariscando minha vaidade feito o quebrar de xícaras

Meu corpo estátua espera

A violência, o pranto, a chuva e o sol

Moldam as arestas desse monumento

Eterna dispersão, a culpa dentro das cobras de uva

Descasca a paz no véu da tua face

Há intrigas, previsões e fome

Existindo em silabas egoístas

Teimando o azeite-graxa do final do dia

A ofensa oferta-se com o rabo cabeça de peixe

Pela madrugada, tingindo porcelanas com odores agressivos

Todos os santos declamados do meu estômago

Caçam a vitória espumante de teus anéis de ouro

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 03/08/2022
Código do texto: T7574389
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