ABSURDOS I

E se fizéssemos só o absurdo?

E se fôssemos todos como os animais?

E se fôssemos todos surdos-mudos?

E se fôssemos todos canibais?

E se fôssemos todos banguelas?

E se fôssemos todos “levados da breca”?

E se fôssemos todos tagarelas?

E se fôssemos todos carecas?

E se fôssemos todos cegos?

E se comêssemos os víveres crus?

E se fôssemos todos pelegos?

E se andássemos todos nus?

E se nascêssemos todos girinos?

E se fôssemos todos gnomos?

E se fôssemos todos leporinos?

E se fôssemos todos pro domo?

E se fôssemos todos manetas?

Tomássemos banho ao final dos meses?

E se fôssemos todos pernetas?

E se fôssemos todos siameses?

E se fôssemos todos obesos?

E se fôssemos todos pagãos?

E se fôssemos todos possessos?

E se fôssemos todos órfãos?

Fizéssemos só “o que desse na telha”?

E se fizéssemos “atitudes várias”?

E se o sangue não corresse na veia?

E, nascemos com essa máscara mortuária!

(NAZAREZINHO-PB)

*Pro domo. (Lat.) V. pro domo sua. 'Pela sua casa', i.e., em seu favor, em defesa dos seus próprios interesses. (Wikipédia, a enciclopédia livre)

Francisco Ohannah Oleanna Osannah Galdino
Enviado por Francisco Ohannah Oleanna Osannah Galdino em 21/07/2022
Código do texto: T7564258
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