ABSURDOS I
E se fizéssemos só o absurdo?
E se fôssemos todos como os animais?
E se fôssemos todos surdos-mudos?
E se fôssemos todos canibais?
E se fôssemos todos banguelas?
E se fôssemos todos “levados da breca”?
E se fôssemos todos tagarelas?
E se fôssemos todos carecas?
E se fôssemos todos cegos?
E se comêssemos os víveres crus?
E se fôssemos todos pelegos?
E se andássemos todos nus?
E se nascêssemos todos girinos?
E se fôssemos todos gnomos?
E se fôssemos todos leporinos?
E se fôssemos todos pro domo?
E se fôssemos todos manetas?
Tomássemos banho ao final dos meses?
E se fôssemos todos pernetas?
E se fôssemos todos siameses?
E se fôssemos todos obesos?
E se fôssemos todos pagãos?
E se fôssemos todos possessos?
E se fôssemos todos órfãos?
Fizéssemos só “o que desse na telha”?
E se fizéssemos “atitudes várias”?
E se o sangue não corresse na veia?
E, nascemos com essa máscara mortuária!
(NAZAREZINHO-PB)
*Pro domo. (Lat.) V. pro domo sua. 'Pela sua casa', i.e., em seu favor, em defesa dos seus próprios interesses. (Wikipédia, a enciclopédia livre)