Serei o Boêmio
Serei como o bom homem
Que vive sorrindo, a cantar!
O boêmio que a vida consome
Vagando, feliz, ao luar.
Que teme o sol das manhãs
E teus raios, a encomodar
Que ri, aos domingos, das irmãs
Que vivem, cinicamente, a rezar!
Serei o boêmio das praças
Amigo do palhaço já triste
Embreagados, já ambos sem graça
Mas provando que a vida existe.
Bons amigos, um aqui, outro ali
Nenhum para se confiar
Andando, sorrindo e chorando
Morrendo de bar em bar.
E quando a morte chegar
Não chorem por um indigente
Sorriam, por presenciar
Uma vida que foi diferente.