Sol dos Infames
Sol dos infames! Como arde
Como queima desconfortávelmente
Teus raios, malditos, covardes
Me tiram a calma,
me fritam a mente!
Sol que todos os dias vejo
Que todos os dias me atenta
E até no inverno, que almejo
Meus momentos de calma
Se esvão, quando esquenta!
Ah, se eu pudesse viver
Viajando pra lá e pra cá
Todos os dias, sem ver
Esta estrela do mal
Qu'inda há de me matar!
Ah, se eu pudesse viver
Na noite, no escuro, na sombra
Viveria mais, com mais prazer
Mas tem sempre o sol
Que - ódio! - de mim, zomba.