Sem pé nem cabeça

 

Ando vendo espíritos de borboletas adolescentes

Almas incandescentes de vaga-lumes amargurados

Espirros delirantes de uma cambaxirra aflita

Ando ouvindo as vozes provocantes

De uma madrugada muda. Espaçonaves

Distantes sobrevoam o meu quintal

 

Não me fazem mal!

 

Ando colhendo maçãs de uma bananeira sórdida

Tirando bicho-de- pés de uma cobra em fuga

Degustando frutos de uma goiabeira morta

Tomando banho quente para me jogar na chuva.

 

 

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 23/06/2022
Código do texto: T7544141
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