Páthos, Parte IV
Eu nunca mentiria para os aplausos
Embora, cave brechas de luz
Para passar fios dourados
E iludir quem persiste em observar
Há de haver belezas nessas décadas silenciosas
Um intervalo, um momento, um suspiro
Mas eu temo que o futuro seja tão logo
Pervertido pelo presente
Eu não deveria mitifica-lo, mas fora inevitável
Todas as promessas, curas e previsões
Tocadas em meu íntimo, inventadas por mim
Em cada gesto minúsculo teu que seja
Eu abandonei buquês, mesmo que o tarot advertisse:
Encontrarás deus e todo o encanto naqueles lábios
Temi, ver-me tão atendido por meus desejos
Fui beirando o pôr-do-sol de zinco apodrecido
Complexo de engenharia factual
Místico em minha crença
Além das catedrais e encontros
Fui livre de dogmas no meu exílio
Lisérgica esperança, lisérgica memória
Traga-me a inebriante vaidade
Esquecida pelo meu tato
Na lisérgica atitude do meu amor
Vide meu próprio abandono
Como borrar a qualquer demônio
Intuir feitiços como quem aprende
Ao beber das águas do inconsciente coletivo
Tanto tempo, já a fez estrangeira
Ainda ao sul, ainda pensa os nossos karmas
Intimidando enigmas e o oculto com seu olhar
Solucionando líquidos insolúveis na suspenção da morte...