Escapismo

O varrer ao entardecer

Esconder, com o tapete

Envolver, feito enchente

Seu ânimo deprimente

Andar senescente

Coração que um dia fora

Valente

E agora se agasalha

Em entorpecente

O consumir da vitamina

Decair que elimina

Sair do andar acima

Um destruir que precede

A vacina

Suprimir do seu ir e vir

Eis o início

Da encefálica

Chacina

O poluir

Do cérebro

Com dopamina

Enclausurado

Isolado, cortado

Problema enjaulado

Trancafiado

Ocultado

Do convívio social, degredado

Cálice de sanidade, entornado

Jato de serotonina, abandonado

Em mar salgado

No momento

Que você estiver sozinho

E o seu medo

Carcomer seus ossos

Você irá ter a coragem

De continuar vivendo

Apesar dele?

Ou irá descansar

Uma última vez

Sobre a língua do monstro

E deixar seus dentes

Açoitarem o seu

Amanhecer?

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 26/05/2022
Código do texto: T7524090
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