Bar do Avelino
Onde o musgo preto cobre já a pintura barata
Homens amontoando
Bolas de brilhar estralando
E o cheiro podre de camisa mal lavada
A cerveja, a pinga, a vodka
Esterelizam as gargantas machucadas
Por palavras mal ditas
Do ódio que apenas o peão entende.
Atrás do balcão o velho Dr. . . .
Que de doutorado não tem nada
O respeito é conquistado de maneira mais complicada
É o médico que não cura perna quebrada
Mas entende muito da dor pela maravilhosa morena.
Dizem que lá já houveram brigas homericas
No boca a boca quase nada se perde
Os detalhes são mínimos, contudo nem sempre precisos
(Quem venceu só deus há de saber)
O homem que pouco tem, é o que mais protege sua honra.
Garotos malandros passam em um vão e vem metediço
Olham com apreço pelo Bar do Avelino
--O sepulcro de sua vida maldita--
Lá está a cadeira em que seu corpo um dia talvez descansará
Se o túmulo antes não o alcançar.
É noite
As ruas já lotam em sentido à alegria
Que escapa dos chãos das obras e fábricas
Grudam seus corpos em êxtase e lástima
No chão frio e paredes apertadas
Do Bar do Avelino