HOLODOMOR

“Até quando?”

Holodomor, Holodomor! Quando, até quando?

Tragédia minha e meu desesperado amor

Sabes, porém, quem é que te está esmagando?

Sabes quem, a pouco e pouco, te vai matando?

São os Senhores da Guerra, do ódio e do terror!

Até parece que o ser humano não cresceu,

Antes, pelo contrário, vê-se minguando…

E a sua mente, rasa, se desvaneceu

Qual estrela cadente, caída do céu!

Holodomor, Holodomor! Quando, até quando?

A vaidade e a vanglória não fogem à regra

Dia a dia, noite a noite, lágrimas de dor

E a ignorância vai tornando a alma cega:

Eterna fome sempre cada vez mais negra,

Tragédia minha e meu desesperado amor!

Dizem que há justiça, dizem que há leis…

Até parece que sim… Mas vão rareando,

E os direitos, onde estão?… Onde estão as greis

Que fizeram a honra, se é isso que quereis?…

Sabes, porém, quem é que te está esmagando?

Os povos, cada vez mais civilizados, é certo (?),

Mas as riquezas e o poder, vão-nos alienando

E os seus talentos vão vagueando pelo deserto…

Sem abrigo nem oásis e sempre em desconcerto.

Sabes quem, a pouco e pouco, te vai matando?

São os “desmiolados” pela vil exploração,

P´ lo permanente vício do selvático bolor

Daquele pão dos pobres, sua maldição,

Que sabe a fel, a estrume e a escravidão…

São os Senhores da Guerra, do ódio e do terror!

Quando, até quando, Holodomor, Holodomor?

Até quando Ucrânia-Mãe, alma de Shevchenco,

E das Valquírias, que combatem com ardor

Pra que nas ruas de Kiev nasça mais uma flor

De loura Seara, louro Pão e louro Incenso!?

Certos homens – se é que o são verdadeiramente (?) –

Navegam nas águas turbas de Satanás,

Enquanto a alma se queima na chama ardente!

E de ti – ó soldado simples e herói consciente –

Esperamos a vitória da Liberdade e da Paz!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 17/03/2022
Reeditado em 17/03/2022
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