SOLIDÃO NO DESERTO
SOLIDÃO NO DESERTO
Os passos seguem firmes sobre a areia seca e escaldante.
O deserto é inóspito e divide com o calor irradiante do sol,
Que seca a garganta e subtrai a água límpida e transparente!
A visão vê coisas estranhas... Movimentos falsos e intrigantes...
Ao longe, figuras fantasmagóricas parecem querer se intrometer!
Serpentes insinuantes bailam no solo quente! De repente um
Trovão assustador interrompe o silêncio! Prenuncio de tempestade...
Aliviante sensação de frescor da água gelada a mainar o extremo calor!
Ventos fortes levantam a poeira... Levam a visão à cegueira...
Mas, a sina desértica volta à rotina... Areia quente e escaldante...
Garganta seca, e a água passa a ser uma miragem entre frescas folhagens!
A imensidão da solidão faz companhia à sofreguidão desértica...
O sol, que castiga começa a se por... A noite chega, e com ela o frio e
Os açoites gelados levam aos abrigos por entre montes de areia...
O céu se estrela... A lua a tudo assiste lá de cima e sorri inocente!
Num silêncio orante e temerário, é difícil dormir até o nascente...
A manhã começa com os raios de sol escapando por detrás das nuvens!
O dia vem rápido lá da linha do horizonte. Sua plenitude atrás dos montes!
A sensação de um imenso forno inicia-se novamente... Bate a sêde e falta
Água... A cada passo na areia quente, as energias vão sumindo...
Mas, eis que, uma visão aparece como verdade: Um oásis com o frescor verde
De folhagens, e um pequeno lago azul convida ao mergulho para matar a sede!
E aproveitar a sombra... Não é um sonho! É a realidade no meio do nada!
As baterias foram recarregadas... Energias retemperadas... Naquela imensidão
Arenosa, escaldante, silenciosa e cheia de mistérios como é o deserto!
O tempo vai indo... Os passos começam a afundar naquela areia movediça...
Salvo pelo gongo, escapei da morte trágica afogando-me num poço movediço!
Seria um trágico sumiço!... Mas, apesar disso a vida se impõem nas agruras
De um deserto árido, inóspito, silencioso e misterioso!... Vou avançando
Nesse quadro cujo cenário estão pintadas as cenas de muitas gravuras!
Assim é a vida: Um caminhar, por vezes num deserto por entre escorpiões e
Víboras... Aranhas, e de surpresa, a felicidade de um agreste oásis vertendo
Água fresca, sombra e um descanso para recarregar as baterias e seguir!
Jose Alfredo