A hora do chá

Parece que agora chegou a minha hora

De servir o chá para os fantasmas

Já que o pouco que resta

É quase um não resta nada...

Já que o pouco que resta

É a miséria que sobra

E daqui a pouco não sobra nada.

Parece que agora chegou a minha hora

De sorver o chá com os fantasmas...

Já que, para evitar as mazelas inevitáveis,

Parece que escolhi o chegar da minha hora...

As mão são sempre instrumentos, ao mesmo tempo,

De amor e morte.

"Que triste esse quarto

Que nem mesmo os livros eu mais leio

E a própria vida eu a deixei no meio

Como um romance que ficasse aberto..."

(Esse quarto - Mário Quintana)

Sergio Vinicius Ricciardi
Enviado por Sergio Vinicius Ricciardi em 01/02/2022
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