A hora do chá
Parece que agora chegou a minha hora
De servir o chá para os fantasmas
Já que o pouco que resta
É quase um não resta nada...
Já que o pouco que resta
É a miséria que sobra
E daqui a pouco não sobra nada.
Parece que agora chegou a minha hora
De sorver o chá com os fantasmas...
Já que, para evitar as mazelas inevitáveis,
Parece que escolhi o chegar da minha hora...
As mão são sempre instrumentos, ao mesmo tempo,
De amor e morte.
"Que triste esse quarto
Que nem mesmo os livros eu mais leio
E a própria vida eu a deixei no meio
Como um romance que ficasse aberto..."
(Esse quarto - Mário Quintana)