Lamento de Páris
Os meus pensamentos fogem de mim
Árduos, me conduzem distante
Ao encontro do conhecimento e do mar,
Onde as tartarugas buscam repouso.
Fazem de mim Ágora interior,
No lugar onde a solidão é tirana,
Onde meu pensamento se debruça em tertúlias,
Questionamentos e reflexões.
Numa tentativa febril de compreender o incompreensível,
Se teria Helena amado Páris ou o próprio rapto...
Pois dizem que se ama mais o desejo
Do que ao próprio objeto desejado.
Peixe que se apegou ao rio
Tem medo da imensidão do mar...
Afinal, quem ama se acorrenta livre,
Sem qualquer desejo de se libertar...