“Calagem”

Cala-te...

Nas montanhas de medo e da custódia

Ama-te...

e sinta ódio!

Amor de fuligem

Loucas propensões para nuvens de cigarro

que molha o rosto da vertigem

e seca o peito com esse escarro!

Eu me inspiro no oxigênio

e surge uma quadra propedêutica

que me introduz uma hermenêutica

enquadrando esse silêncio.

Eu choro, choro, choro

com estas flores que giram sintáticas.

Eu imploro, imploro, imploro

por essas cores que viram suásticas.

Tão pouco, tão pouco, tão pouco

para a sociedade dos hologramas apáticos!

Tão louco, tão louco, tão louco

o caminho que caminhamos estáticos!

Eu fumo, o fim, nessa função fática...

E aí? Estão lendo? Sabem do plano óptico?

Eu tomo, para mim, essa função quadrática...

e me quadro nesse teu amor de panóptico.

Mas o meu pranto é um prato vazio

cheia da prata roubada por Dom Valjean!

Mas o meu pranto é um ato frio

cheio de uma ata (tomada) que é vã!

E o meu silêncio parece uma coalizão

Que me adorna num buraco sem brio.

São sepulcros de estrelas..., escuridão!

E eu torno-me um saco!

Vazio...

srpoetrus
Enviado por srpoetrus em 15/01/2022
Código do texto: T7430195
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