“Calagem”
Cala-te...
Nas montanhas de medo e da custódia
Ama-te...
e sinta ódio!
Amor de fuligem
Loucas propensões para nuvens de cigarro
que molha o rosto da vertigem
e seca o peito com esse escarro!
Eu me inspiro no oxigênio
e surge uma quadra propedêutica
que me introduz uma hermenêutica
enquadrando esse silêncio.
Eu choro, choro, choro
com estas flores que giram sintáticas.
Eu imploro, imploro, imploro
por essas cores que viram suásticas.
Tão pouco, tão pouco, tão pouco
para a sociedade dos hologramas apáticos!
Tão louco, tão louco, tão louco
o caminho que caminhamos estáticos!
Eu fumo, o fim, nessa função fática...
E aí? Estão lendo? Sabem do plano óptico?
Eu tomo, para mim, essa função quadrática...
e me quadro nesse teu amor de panóptico.
Mas o meu pranto é um prato vazio
cheia da prata roubada por Dom Valjean!
Mas o meu pranto é um ato frio
cheio de uma ata (tomada) que é vã!
E o meu silêncio parece uma coalizão
Que me adorna num buraco sem brio.
São sepulcros de estrelas..., escuridão!
E eu torno-me um saco!
Vazio...